Quem somos


O Mundo transforma-se a uma velocidade estonteante.

Mudou a forma como nos relacionamos, como aprendemos. Não deveria mudar também a forma como ensinamos? Que tipo de cidadãos precisamos de formar para fazer face a um futuro que desconhecemos?

São cada vez mais os professores, pais e alunos que colocam a si próprios estas questões, e sentem no seu dia-a-dia a necessidade de mudança.

Aqui ficam os seus manifestos e relatos de boas práticas...

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Somos responsáveis pela escola que construímos (Rute Moreira)

As nossas escolas são os espaços que construímos para acolher e proteger o que de mais precioso temos na vida: os nossos filhos, as nossas crianças!
Definimos estratégias e confiamos nos professores para que os apoiem e orientem no seu crescimento e na aquisição de competências, e em toda a comunidade educativa para que os protejam e os acompanhem no seu desenvolvimento a todos os níveis. É assim que evoluímos e crescemos, identificamos o que está errado e procuramos novas soluções.
E neste momento, a nossa Escola, precisa de novas soluções. O ensino não está ajustado às necessidades das nossas crianças, o professores não têm a autonomia, as condições e muitas vezes a formação que precisariam para dar resposta às solicitações. As questões logísticas e burocráticas sobrepõem-se às pedagógicas e os resultados medem-se em valores de avaliação e não em real aquisição de competências.
As nossas crianças não estão felizes, os nossos professores não estão felizes, os pais não estão felizes e.... o medo continua a ser mais forte do que a coragem de tentar fazer diferente. De uma forma ou de outra, porque a responsabilidade é grande, ninguém quer assumir mudar. De uma forma ou de outra, todos nos esquecemos que a escola que temos é da nossa responsabilidade e, se não serve às nossas crianças, somos nós pais e comunidade educativa que estamos a falhar.
Tenho a consciência que é difícil e que não há uma solução instantânea para resolver todos os problemas de uma vez mas tenho a absoluta convicção de que é preciso começar a agir. Identificar realmente os problemas e intervir. Partilhar estratégias, fazer consistentemente as mudanças possíveis, ao ritmo possível, com metas claras e bem definidas:
É preciso redefinir que competências e conhecimentos são realmente importantes transmitir, em que idades e sob que forma e que ritmo. O que é que realmente permite que a criança se desenvolva e que a faz procurar ela própria o conhecimento e a informação. É necessário nos alinharmos com o que é inato no ser humano para potenciar o seu desenvolvimento. E desenvolver o stress de sucessivas provas de performance da memória de curto prazo não é, como todos sabemos, uma solução.
É preciso que os professores, pais e comunidade educativa estejam alinhados para que os professores possam sentir a legitimidade e confiança que é essencial para que façam o seu trabalho.
É preciso readequar o papel da escola na comunidade e o da comunidade na escola. Sabemos que a escola é também um espaço de apoio e proteção das crianças na ausência dos pais enquanto trabalham. Dentro desse espaço temporal, é preciso diferenciar momentos e criar espaços de liberdade e lazer sem compromissos e obrigações.
O desafio é grande, mas se cada um der o seu contributo conseguiremos seguramente fazer diferente.

Acredito que é urgente e fundamental fazer uma mudança estrutural. Procuro pessoas que se queiram juntar para fazer o mesmo.

3 comentários:

  1. Eu também quero fazer parte desta mudança!

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  2. Muito bom apelo, não só concordo como sinto que devemos começar, pois algumas das mudanças são necessárias anos, quanto antes melhor...

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