Quem somos


O Mundo transforma-se a uma velocidade estonteante.

Mudou a forma como nos relacionamos, como aprendemos. Não deveria mudar também a forma como ensinamos? Que tipo de cidadãos precisamos de formar para fazer face a um futuro que desconhecemos?

São cada vez mais os professores, pais e alunos que colocam a si próprios estas questões, e sentem no seu dia-a-dia a necessidade de mudança.

Aqui ficam os seus manifestos e relatos de boas práticas...

sexta-feira, 24 de março de 2017

A nossa experiência em Singapura (Gracinha Viterbo)

Depois de três anos a viver em Singapura e a conviver com um ensino aberto, alegre e feliz, com respeito pelas crianças e pelas suas ideias, personalidades e tipos de inteligência (não o ensino oficial da Singapura, que é muito restritivo, mas o ensino das escolas internacionais, que juntam o melhor dos vários ensinos e tradições escolares à volta do mundo), voltámos a Portugal e tenho agora quatro crianças em casa em completo choque cultural e emocional com o ensino português tradicional... Vivemos de perto pequenos detalhes que fazem toda a diferença na construção de humanos felizes e motivados. Na Singapura vi os meus filhos apaixonarem-se pela leitura, ciências, matemática, artes e muitos outros temas. Parece uma utopia mas existe, é real e funciona.
Um exemplo: um piano deixado no recreio pelo professor de música, antes de as aulas começarem. Primeiro ninguém ligava ao piano, mas depois, dia após dia, não só as crianças se aproximaram como as que sabiam tocar acabaram por motivar as outras para a música. Pequenas medidas que espalham magia e motivam a aprendizagem...
Nas escolas internacionais da Singapura, as crianças são divididas por método de ensino, visual learners e textual learners: os visuais e os textuais. Os níveis num ano variam e também os dividem por níveis em matemática, língua, etc, e a leitura é o centro de tudo. A gramática não é dada isolada e pesada, é passada pela magia dos vários géneros de literatura. A escrita persuasiva é ensinada desde a pré. E os professores estão à porta da escola, com o diretor, todos os dias. Numa escola de 3000 alunos - não era pequena! - e professores em turnos, estes não deixavam de estar à espera dos alunos, de sorriso na cara. Eram os primeiros a motivar os alunos a estarem bem dispostos de manhã.
Quando lá cheguei senti-me uma extraterrestre e os primeiros meses foram de espanto por ver os meus filhos a adorarem ir à escola de uma forma nova, a adorarem estudar ao ponto de quererem ir à escola até ao sábado! Sim, a escola enche ao sábado porque os alunos querem... É um espírito comunitário, criam-se clubes e grupos que desenvolvem projectos ligados ao que estão a dar durante a semana, e fazem trabalhos baseados em projectos individuais e em grupo.
Agora, em Portugal, tenho o contrário, e é frustrante ver que pequenos passos fariam tanta diferença... Mas há um muro gigante chamado Currículo que trava tantos talentos e sonhos dos nossos filhos, neste país maravilhoso que temos aqui em Portugal, mas que tem um ensino esmagador e castrador...

2 comentários:

  1. Gracinha Viterbo,
    Obrigada por compartilhar sua experiência! Perfeitas suas colocações. Imagino o choque deste retorno para você e as crianças...
    Você poderia dizer qual era a escola em que seus filhos estudavam em Singapura?
    Obrigada,
    Luciana

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  2. tem escola a lecionar portugues em Singapura? temos oportunidad trabalho e uma menina com 8 anos no terceiro ano que não fala inglês

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